terça-feira, 14 de junho de 2011

Mãe Flavia participa de Audiência Pública na Câmara dos Vereadores e defende a criação de um Conselho Inter-religioso para acompanhar a aplicação da Lei sobre o ensino religioso nas escolas do Município do Rio de Janeiro

Participei desta audiência hoje pela manhã e apesar de lamentar que o foco da discursão não tenha sido a qualidade do ensino público tive que pensar a postura das religiões afro-brasileiras neste debate uma vez que a aprovação da lei é inevitável. Depois de ouvir os diferentes pronunciamentos, constatei mais uma vez como é frágil a participação e representação do segmento umbandista e candomblecista nas instâncias de Governo. 

Estavam presentes a bancada evangélica e católica com seus pastores e líderes religiosos devidamente eleitos para defender que nossos filhos tenham aula de ensino religioso nas escolas públicas. Não é preciso dizer que os mesmos defendem o ensino religioso porque sendo estes a “maioria” (que eu considero questionável por discordar dos dados apresentados pelo IBGE) tem as suas tradições religiosas asseguradas dentro da lei,  afinal cumprem o requisito por ela exigido de formação em teologia conforme está proposto em votação. Nossos sacerdotes que não tem esta formação como exigência para exercerem seus cargos, ficam de fora, a menos que sejam filósofos ou sociólogos.

Em minha intervênção propus a criação de um Conselho Inter-religioso que tenha o caráter consultivo, deliberativo e fiscalizador para que possamos acompanhar de perto este projeto que será votado e aprovado a despeito de nossa concordância, pois os interessados são a maioria representada na Câmara, enquanto nós continuamos com vergonha de eleger os nossos sacerdotes e pouco apoiamos os religiosos afro-brasileiros que se expõe publicamente para defender os direitos políticos de nossa religião. Você se lembra de qual foi o ultimo Pai ou Mãe de Santo eleito em sua cidade??????

Ainda há muito que se fazer, mas chamo a atenção daqueles que insistem em não querer discutir política e religião para a reflexão que somos obrigados a cumprir as decisões tomadas nestas esferas do legislativo, pois estas se constituem em leis as quais todos nós estamos submetidos em nosso dia a dia!

Assistam ao nosso vídeo e acompanhem o debate e não se assustem se seus filhos chegarem da escola defendendo outro credo religioso que não o nosso e ainda se envergonharem de ser religioso afro-brasileiro, isto ocorre porque ainda nos interessamos muito pouco por política.  

Estamos de olho!!!


3 comentários:

  1. Qual comentário poderia ser o mais adequado, não fosse o de parabenizar a esta tão significante Senhora, Mãe, Mãe-de-Santo, Mulher e claro, defensora da religiosidade afro-brasileira, na qual, com simples palavras, conseguiu discernir o certo do errado, e, infelizmente ter a sua razão, quando diz que o povo do axé, ou não, terá que conviver com os seus próprios filhos de sangue dizendo amém, à qualquer outra segmentação religiosa, sendo que se passa uma vida inteira ensinando valores não reconhecidos.
    Minha irmã de fé e religiosidade, meus parabéns pela sua iniciativa, em abrir a boca e colocar alguns pingos nos ''I'', embora certamente distante, coloco-me mesmo assim, ao seu dispor e aberto à qualquer sugestão em nossa localidade.
    Desenvolvemos o mesmo trabalho sócio econômico cultural, além de levantar esta mesma bandeira, em defesa da religiosidade afro-descendente. Posteriormente iremos nos falar.
    Fique com Deus, e, que Ógùn lhe dê as Bençãos.

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  2. PARABÉNS E CONCORDO COM TODA SUA COLOCAÇÃO.


    WILLIAM t´EXU

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