quinta-feira, 30 de junho de 2011

Lançamento da Frente Parlamentar de defesa das Comunidades Tradicionais de Terreiros


Foi lançada hoje a frente Parlamentar em defesa das Comunidades Tradicionais de Terreiro na Câmara Federal em Brasília através de uma articulação de lideranças religiosas locais e a deputada Erika Kokai (PT/DF).  Esta frente registra um marco na historia das religiões afro-brasileiras(Umbanda e Candomblé) pois teremos pela primeira vez um mecanismo legal de defesa dos nossos direitos e mais um passo na conquista da liberdade religiosa. Em breve ocorrerá o lançamento estadual e assim que for marcada no Rio de Janeiro estaremos informando e convocando o povo de santo para participarem e acompanharem está vitória.

A Frente Parlamentar vai discutir um plano de promoção dos direitos das comunidades tradicionais de terreiro, abordando a questão fundiária, liberdade religiosa, questão cultural, geração de renda, entre outros assuntos. Para a deputada Erika Kokai (PT/DF), a liberdade religiosa passa pela valorização das comunidades de terreiro. “E quando nós falamos da necessidade de ter um plano de promoção das comunidades de terreiro, nós estamos falando da liberdade religiosa, mas estamos falando de uma cultura que nós temos que preservar. Porque senão, nós não preservamos a nossa brasilidade. A nossa brasilidade é negra. E a nossa brasilidade é de terreiro também. A umbanda é brasileira.” (fonte: http://www.dihitt.com.br/barra/lancamento-da-frente-parlamentar-das-comunidades-tradicionais-de-terreiro)


Parabéns Deputada Érika Kokai!!! Estamos de olho!!!! 

terça-feira, 14 de junho de 2011

Mãe Flavia participa de Audiência Pública na Câmara dos Vereadores e defende a criação de um Conselho Inter-religioso para acompanhar a aplicação da Lei sobre o ensino religioso nas escolas do Município do Rio de Janeiro

Participei desta audiência hoje pela manhã e apesar de lamentar que o foco da discursão não tenha sido a qualidade do ensino público tive que pensar a postura das religiões afro-brasileiras neste debate uma vez que a aprovação da lei é inevitável. Depois de ouvir os diferentes pronunciamentos, constatei mais uma vez como é frágil a participação e representação do segmento umbandista e candomblecista nas instâncias de Governo. 

Estavam presentes a bancada evangélica e católica com seus pastores e líderes religiosos devidamente eleitos para defender que nossos filhos tenham aula de ensino religioso nas escolas públicas. Não é preciso dizer que os mesmos defendem o ensino religioso porque sendo estes a “maioria” (que eu considero questionável por discordar dos dados apresentados pelo IBGE) tem as suas tradições religiosas asseguradas dentro da lei,  afinal cumprem o requisito por ela exigido de formação em teologia conforme está proposto em votação. Nossos sacerdotes que não tem esta formação como exigência para exercerem seus cargos, ficam de fora, a menos que sejam filósofos ou sociólogos.

Em minha intervênção propus a criação de um Conselho Inter-religioso que tenha o caráter consultivo, deliberativo e fiscalizador para que possamos acompanhar de perto este projeto que será votado e aprovado a despeito de nossa concordância, pois os interessados são a maioria representada na Câmara, enquanto nós continuamos com vergonha de eleger os nossos sacerdotes e pouco apoiamos os religiosos afro-brasileiros que se expõe publicamente para defender os direitos políticos de nossa religião. Você se lembra de qual foi o ultimo Pai ou Mãe de Santo eleito em sua cidade??????

Ainda há muito que se fazer, mas chamo a atenção daqueles que insistem em não querer discutir política e religião para a reflexão que somos obrigados a cumprir as decisões tomadas nestas esferas do legislativo, pois estas se constituem em leis as quais todos nós estamos submetidos em nosso dia a dia!

Assistam ao nosso vídeo e acompanhem o debate e não se assustem se seus filhos chegarem da escola defendendo outro credo religioso que não o nosso e ainda se envergonharem de ser religioso afro-brasileiro, isto ocorre porque ainda nos interessamos muito pouco por política.  

Estamos de olho!!!